terça-feira, 31 de agosto de 2010

Bullying - Revista Criança Cidadã


Edição 02 - Junho/Julho

Bullying

Problema de assédio repetitivo, físico ou psicológico, procura soluções. Entre crianças, ele é comum principalmente nas escolas

Dar apelidos aos colegas de classe pode parecer uma brincadeira engraçada para muitas crianças e, muitas vezes, não são as principais preocupações de pais ou professores. Esse comportamento deve ser levado mais a sério do que se imagina. Nem toda pessoa se sente bem quando é motivo de risadas. Ao mesmo tempo, o bullying – “valentão”, na tradução do inglês – como é denominada a conduta, pode alcançar proporções mais graves, que envolvem exclusão de alunos e agressão física.

Ambiente de trabalho e universidade também estão sujeitos ao bullying, mas as escolas se tornaram os palcos principais. É mais fácil uma adolescente agir dessa maneira do que um adulto. “A criança ainda não enxerga as regras sociais, diz tudo o que pensa. Por isso, é preciso estimular o respeito ao próximo”, comenta a psicóloga do Projeto Fé e Alegria, Teresinha Rosália Albuquerque, que atende a alunos dos Ensinos Fundamental e Médio do Colégio Liceu de Artes e Ofícios.

Aos 10 anos de idade, Lara* sempre foi uma boa aluna, tirava notas altas e os professores a adoravam. Até o momento, tudo estava bem, exceto quando os companheiros de sala começaram a sentir inveja. Foi assim que o bullying apareceu na vida da estudante. “Os meus colegas se sentiam diminuídos. Me rejeitar foi a maneira que eles encontraram de se sentir valorizados. Já tentaram até modificar minha nota na caderneta”, disse.

O bullying afeta não só a vida social da vítima, como também interfere no estado emocional. “Eu me sentia triste, me isolava muito, tive crises depressivas. Com o tempo o meu rendimento escolar caiu drasticamente”, confessa a menina. A estudante precisou fazer terapia para superar o que aconteceu, mas, mesmo assim, de vez em quando se sente com baixa auto-estima.

Acadêmicos da Faculdade Maurício de Nassau, em Pernambuco, vêm tentando alterar a realidade. Desde 2009, a equipe participou da elaboração do projeto de Lei (1.288/2009) em combate ao bullying. De acordo com a gerente pedagógica da faculdade, Simone Bérgamo , que também participou da construção do documento, o projeto busca incluir, nas escolas públicas e privadas, medidas de intervenção. “O objetivo é fazer com que a comunidade (escola e família) conheça o que é o bullying. Vamos realizar palestras e seminários com o tema e, assim, minimizar o caráter agressivo do jovem que pratica, além de proteger e ajudar quem sofre a se fortalecer”, disse.

Em outros estados, a sociedade civil também luta contra esse comportamento. O projeto Cia de Atores de Mar, do Rio de Janeiro, usa o teatro como conscientização das causas e consequências do bullying. “Viajamos para as escolas de todo o País com o espetáculo “Bullying”, mostrando o problema, a violência escolar e possíveis soluções”, afirma o diretor e fundador do projeto, Mar’ Junior.

Com o espetáculo, os jovens se sentem mais interessados em refletir sobre o problema. “Percebemos que os jovens são impulsivos porque as escolas não se humanizaram. Eles precisam desenvolver a imaginação no dia a dia. Por isso, o projeto é transformador”, conclui Junior.

*Nome fictício.

Autor: Por Sthéphanie Melo

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BULLYING - Cia Atores de Mar' no programa Casos de Familia - SBT

Autora de livro sobre bullying esclarece dúvidas sobre o assunto

Médica Ana Beatriz Barbosa Silva diz que o cyberbullying anda cada vez mais frequente

Dentro da escola, todas as características que fogem do padrão correm o risco de serem alvo do bullying. Os agressores humilham, maltratam e intimidam os colegas, transformando a vida de muitos estudantes em tormento.

Pós-graduada em psiquiatria, Ana Beatriz Barbosa Silva, autora de livros como Mentes Perigosas na Escola e Mentes Inquietas, conversou com o Meu Filho sobre o assunto. Confira.

Meu Filho — Com o tempo, o bullying ganha novas formas e características. É possível classificar hoje uma forma mais agressiva ou perigosa?
Ana Beatriz Barbosa Silva —
Uma das formas mais agressivas e que ganha cada vez mais espaço sem fronteira é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem por meio de celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-mails, sites de relacionamentos, vídeos). Além das difamações serem instantâneas, o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. O ciberbullying extrapola os muros das escolas e expõe a vítima. Os praticantes dessa perversidade também se valem do anonimato e, sem qualquer constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível.

Meu Filho — Qual o principal desafio da escola hoje quando o assunto é bullying?
Ana Beatriz —
Se considerarmos que no bullying a maioria das agressões ocorre no território escolar, onde a criança e o adolescente passa grande parte do dia, podemos concluir que os professores e as demais autoridades educacionais estão falhando na identificação do problema. E isso pode ocorrer por desconhecimento ou até mesmo por negação. Negar que existe bullying na escola só agrava o problema e multiplica a agressão. A escola deve estar preparada para lidar com todos os envolvidos no bullying. No entanto, quando a escola tem atitude proativa frente à violência escolar, ela costuma ter mais dificuldades em mobilizar os pais de alunos agressores. Muitos deles tendem a minimizar os atos violentos de seus filhos ou mesmo justificá-los com argumentos frouxos e descabidos.

Meu Filho — A informação ajuda a diminuir os casos?
Ana Beatriz —
A informação é bem-vinda. É fundamental para mudar o panorama sombrio. O bullying começou a ser estudado com mais seriedade na década de 80, na Noruega, em função de alguns eventos dramáticos. No Brasil, graças à iniciativa de pessoas engajadas em movimentos pela paz nas escolas, o bullying começou a ser difundido. Estamos em fase embrionária, e a violência escolar está longe de ser erradicada. Algumas instituições incorporaram programas de incentivo e estímulo de ações solidárias por meio de peças de teatro, vídeos, o que faz com que o próprio agressor se coloque no papel da vítima e passe a desenvolver mais o sentimento de empatia. Resultados positivos no que concerne a legislações e penalizações aos pais dos agressores também já ocorrem em alguns Estados brasileiros.

Fonte: clicrbs

Bullying e suas consequências

A Fundação Municipal de Cultura (Fundac) e o Centro Cultural e Museu Georges Bernanos, realizam na terça-feira (31), a partir de 9h, palestra sobre Bullying nas dependências do Museu.

Os esclarecimentos, com entrada franca, são direcionados aos pais, professores e alunos. A palestra acontece em parceira com o Programa Saúde da Família (PSF). O termo Bullying é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir o outro incapaz de se defender. A prática se tornou cada vez mais comum entre crianças, principalmente dentro das escolas.

Serviço: 3332-2047

Fonte Barbacena On Line

domingo, 29 de agosto de 2010

Ações contra o bullying ainda não são efetivas, afirma especialista

Assunto foi tema do programa Supersábado

Personalidades como Gisele Bündchen e Aline Moraes já sofreram bullying. A primeira por ser muito magra e a segunda por ter a boca grande, justamente as características que as destacam dentro dos padrões de beleza. Ao contrário das delas muita gente não consegue superar essa agressão psicológica cometida por grupos que buscam se firmar em determinado espaço.

Para Carolina Lisboa, psicóloga especialista no assunto e professora do Programa de Pós-Graduação da Unisinos, considerar o bullying um desvio de caráter é errado. Para ela o fato acontece por ser da natureza do ser humano. O que precisa ser feito é controlar para que a pessoa que se torna o “bode-expiatório” possa trabalhar com isso sem grandes consequências.

— As ações efetivas contra o bullying ainda são tímidas, as leis ainda estão só no papel, mas faz parte do processo — ressalta Carolina destacando também que hoje a população está melhor informada sobre o assunto.

Fonte: clic rbs

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dúvidas de jovens têm respostas

Psiquiatra carioca autora de livro, Ana Beatriz traz esclarecimentos sobre a agressão física ou psicológica

Porto Alegre – Autora do livro Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas, a psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva esteve em Porto Alegre participando do Conversa no Praia, programa cultural promovido pelo Praia de Belas Shopping e pela Saraiva MegaStore.

A autora se dedica a vítimas de bullying (violência física ou psicológica feita com o objetivo de intimidar ou agredir o outro mais frágil, incapaz de se defender), buscando alertar para o problema e ajudar pais, educadores, crianças e adolescentes.


Ana Beatriz defende que a boa escola não é aquela em que o bullying não ocorra, mas sim aquela que toma posturas efetivas contra esse fenômeno.


A seguir, perguntas feitas por leitores do suplemento jovem Kzuka e enviadas à especialista por e-mail:


Ana Julia Dias Oliveira, 14 anos: Quando se pode considerar que um professor cometeu bullying e o que acontece com ele depois?


Ana Beatriz Barbosa Silva: Muitos alunos são intimidados, coagidos, humilhados e até mesmo perseguidos por professores, que se valem do poder de hierarquia. No entanto, para que tais atitudes sejam consideradas bullying, as perseguições devem ser repetitivas, intencionais, contra um ou um grupo de estudantes. Os alunos vitimados por quem deveria educá-los e até protegê-los apresentam quadros depressivos caracterizados por sentimentos negativos, autoestima rebaixada, sensação de impotência, desmotivação para os estudos e queda no rendimento escolar. O aluno-alvo nunca deve agir sozinho, pois está fragilizado e em desvantagem. Os pais devem ser informados imediatamente para que possam informar a diretoria da escola. Caso a diretoria não tome nenhuma atitude eficaz, os conselhos tutelares e as delegacias da Criança e Juventude devem ser acionados.

Julia Roberta Garcia, 15 anos: Palestras antibullying para os alunos têm resultados concretos?


Ana Beatriz: Com certeza. Não somente palestras para os alunos como também para professores, a todos os funcionários da escola e aos pais. Ainda existe muita desinformação sobre o problema e muitos acham que são brincadeiras típicas da idade. Bullying não é brincadeira, e sim um ato de extrema covardia. As consequências para as vítimas podem ser desastrosas, causando sérios prejuízos para a vida adulta. A escola também deve manter posturas bem firmes contra o bullying. A elaboração de vídeos, peças de teatro em sala de aula etc., que façam com que os agressores se coloquem no lugar da vítima, começam a trazer resultados positivos nas escolas que veem o problema com mais seriedade.

Paula Nichterwitz Scherer, 15 anos: Admitir para os pais e amigos que se sofre de bullying é sempre um desafio. Como deve ser essa conversa?


Ana Beatriz: A vítima de bullying precisa romper a lei do silêncio, expondo-se de forma transparente aos pais e mostrando que seu sofrimento é real e por uma causa que envolve consequências dramáticas. Contar com amigos, irmãos ou pessoas mais íntimas nessas horas é imprescindível para que os pais pouco atentos comecem a tomar pé da situação. Pedir auxílio aos pais de outros alunos amigos da vítima também é uma boa estratégia, já que juntos podem chegar à direção da escola e exigir providências. Ter medo ou vergonha de contar aos familiares o que se passa entre os muros da escola, ou até mesmo sobre as difamações ocorridas na internet, só reforça a violência escolar. As vítimas nunca devem agir sozinhas.

Vitória Burin, 16 anos: Qual o tipo de bullying mais cometido?


Ana Beatriz: Em linhas gerais, se observa a violência física entre meninos, mas isso não significa que seja o mais praticado. É apenas mais visível. Mas todas as formas de violência são executadas: brigas, empurrões, beliscões, roubo de pertences da vítima, xingamentos e apelidos pejorativos, isolamento e exclusão, assédio sexual e as difamações pela internet. O bullying entre meninas também é bastante praticado, embora pouco notado, já que as meninas normalmente cometem o bullying na base da fofoca, intrigas e isolamento das colegas. No entanto, não deixa de trazer consequências muito sérias para quem sofre. Uma das formas mais agressivas de bullying é o ciberbullying, ou o virtual, que em segundos ganha proporções gigantescas através da internet ou celulares, e expõe o aluno-alvo ao escárnio público.

Fonte: Pioneiro

Escola de Altamira registra novo caso de bullying

Um garoto de 13 anos agrediu fisicamente três meninas na escola de Ensino Fundamental Dom Clemente Geiger, em Altamira. O novo caso de bullying aconteceu na tarde da última quarta-feira (25).

Após fazer chacotas com elas, as garotas se juntaram e devolveram os apelidos. Sentindo-se humilhado diante dos colegas que incentivavam as discussões, o menino pegou uma carteira e arremessou contra as garotas, deixando uma com corte no supercílio e outra com corte na cabeça, além de arranhões em uma garota de 12 anos.

As mães dos adolescentes estiveram no colégio e acompanharam os procedimentos. O diretor fez a comunicação ao conselho tutelar que encaminhou os alunos a delegacia de polícia para ser feito um boletim de ocorrência. De acordo com informações o menino envolvido na violência já é problemático na escola e esta foi mais uma de suas atitudes violentas em sala de aula.

Os casos de bullyngs vêm preocupando professores, pais e diretores de colégios em Altamira. A violência dentro das instituições educacionais parecem estar aumentando nas escolas do município. Há duas semanas dois garotos (um de 13 e outro de 15) se enfrentaram dentro de outra escola da rede pública. Um deles com uma faca em mão ameaçou ferir o colega.

Outro caso aconteceu três dias depois em outra escola. Na saída do colégio, uma turma de alunos se enfrentou. Casos que deixam preocupados quem está envolvido com educação. Para o diretor Cláudio Acácio, que denunciou o caso ocorrido na quarta-feira, será necessária uma ação rápida de todos no combate à violência nas escolas. Segundo ele, medidas educativas e de prevenção estão sendo tomadas, como a proibição do porte de estiletes, giletes, entre outros objetos que possam ser usados em uma possível briga. (Diário Online, com informações da Sucursal em Altamira)

Fonte: Diário do Pará

Petrolina registra caso de bullying envolvendo grupo de estudantes

Do JC Online Núcleo SJCC/Petrolina

Acontece na manhã desta sexta-feira (27), na Escola de Referência Clementino Coelho, no bairro Jardim Maravilha, em Petrolina, uma audiência de mediação e conciliação sobre um caso de violência envolvendo um grupo de estudantes contra um colega de sala de aula.

A denúncia chegou nesta quinta ao conhecimento do juiz da Vara da Infância e da Adolescência, Marcos Bacelar. O magistrado deve participar da mediação, marcada para às 11h.

Realidade cada vez mais frequente em ambientes escolares públicos e privados de todo o país, o bullying – termo inglês que se refere a todo tipo de agressão praticada por uma pessoa ou um grupo com o objetivo de agredir ou intimidar outras pessoas - se caracteriza por ações como atribuições de apelidos perjorativos, por exemplo. As marcas da agressão podem ser levadas pelas vítimas por toda a vida.

Em Petrolina está sendo implantado o Projeto Escola Legal, que prevê uma série de ações conjuntas de órgãos como conselhos Tutelar e dos Direitos da Criança e do Adolescente, Secretarias estadual e municipal de Educação, Conselho de pais, polícias Militar e Civil, Ministério Público, dentre outros.

A iniciativa tem como proposta coibir qualquer violência contra a criança e o adolescente. O projeto prevê a criação de um Comitê de Mediação de Conflitos, que deve ser formado por professores e e pais de alunos.

O Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

BULLYING: casos são encaminhados à promotoria

Mais um caso de bullying escolar foi parar na polícia. Desta vez uma criança de apenas 9 anos vem sendo alvo de agressões na unidade de ensino. Segundo a mãe da criança, Vanessa Bueno da Costa, cansada de pedir providências junto à direção da escola, ela procurou a polícia. "É preciso denunciar para ver se acabam com isso, é inadmissível", diz.

Segundo ela, a Secretaria da Educação já realizou uma reunião, mas que a direção da escola afirma que isso é coisa de criança. "Por enquanto não vou mudar meus filhos de escola, para que a situação não piore", fala.

O caso foi apresentado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) como ato infracional e, segundo a delegada Patrícia Silveira Rosa, após ouvir as partes envolvidas, o caso é encaminhado à Promotoria da Infância e Juventude.

"Temos que ouvir inclusive funcionários da escola para ver se existe alguém que tenha presenciado as agressões", diz. "Aqui na Delegacia, demos início ao inquérito, ouvimos as partes e encaminhamos à Promotoria da Infância e Juventude para que o promotor aplique as medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", conta.

Segundo o promotor Gilberto Porto Camargo, da Infância e Juventude, o bullying é um ato infracional caracterizado pelo constrangimento ou mesmo agressão física e verbal. "O caso é tratado como um ato infracional e marcamos audiência para ouvir as partes e a partir daí tomamos as medidas sócio-educativas necessárias, como prestação de serviços à comunidade, entre outros, dependendo da personalidade do envolvido durante a audiência é que vemos qual a melhor medida", explica.

O bullying é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola. Estudos apontam que os que praticam o bullying têm grande perspectiva de se tornarem adultos com comportamentos antissociais e violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delituosas ou delinquentes.

Segundo a Secretaria Municipal da Educação, a preocupação maior é a discussão do assunto com os educadores, e o assunto este ano foi tema de uma das palestras do Simpósio. A diretora de

Planejamento da Secretaria Municipal da Educação, Eva Murbach, explica que todos os casos são analisados de forma a evitar e prevenir novas agressões.

A questão das diversidades e diferenças também são tratadas com os educadores de forma que as crianças possam se relacionar de maneira saudável.

Fonte: JC Rio Claro

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Bullying já é um problema de saúde pública

Por Cláudio Isaías

As agressões físicas e psicológicas a crianças e jovens feitas por colegas são uma realidade cada vez mais frequente e preocupante nas escolas públicas e particulares do País. As tradicionais brincadeiras estão dando lugar ao preconceito, à violência e à covardia entre os estudantes. Para a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas, o bullying não pode ser mais tratado como um fenômeno da área educacional. “Atualmente ele já é definido como um problema de saúde pública e, por isso mesmo, deve entrar na pauta de todos os profissionais que atuam na área médica, psicológica e assistencial de forma mais abrangente”, comenta.

De acordo com Ana Beatriz, a falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as conse-quências dessa violência propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de novos casos. A psiquiatra lança amanhã o seu livro no talk show Conversa no Praia, promovido pela Praia de Belas Shopping e pela Saraiva MegaStore. O evento começa às 19h, no palco montado no primeiro piso do shopping.

Jornal do Comércio – Quais as principais características de quem pratica o bullying?
Ana Beatriz Barbosa Silva – Na escola, os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Perturbam e intimidam por meio de violência física ou psicológica. Furtam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser populares na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio. No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos familiares. São arrogantes no agir, falar e se vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convincente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.

JC – Em que faixa etária se encontram as vítimas. Qual é o perfil das crianças agredidas?
Ana Beatriz – As vítimas de bullying normalmente são crianças e adolescentes. Encontramos também jovens adultos no Ensino Médio ou nas universidades. No caso dos trotes violentos, por exemplo, quando são casos isolados, não são classificados como bullying, mas como uma variante dele. No entanto, a partir do momento em que o calouro passa a ser perseguido com frequência por um ou mais veteranos, humilhado, zombado, ameaçado etc, já podemos pensar em bullying dentro do ambiente universitário. Quanto ao perfil, os bullies escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder, seja por uma questão socioeconômica, de idade, de porte físico ou até porque numericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam algo que destoa do grupo – são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras, de credo, raça ou orientação sexual diferentes. Este fato por si só já as torna pessoas com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos agressores. Não há justificativas plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas. É um ato covarde.

JC – Como professores, pais e vítimas podem resolver este problema?
Ana Beatriz – É dever de todos intervir e tentar fazer algo para mudar esse panorama sombrio, caso contrário chegaremos ao caos absoluto. No entanto, nunca devemos agir sozinhos, mas através de um grupo de pessoas, com a união de pais, instituições de ensino e toda a sociedade. Nossos jovens necessitam de que profundas transformações ocorram tanto no ambiente familiar quanto no escolar. É preciso buscar alternativas nas avaliações dos alunos além de provas e testes acadêmicos tradicionais. A escola deve ser um ambiente que valorize mais as relações interpessoais, que são fundamentais para o amadurecimento adequado desses jovens. Ela deve adotar políticas e ações contra o bullying e premiar os alunos que tenham posturas éticas e solidárias.

JC – Por que jovens têm necessidade de praticar o bullying?
Ana Beatriz – O bullying sempre existiu em todas as escolas do mundo, tanto públicas quanto privadas. Mas somente a partir das décadas de 1970 e 1980 começou a ser estudado, em função da proporção gigantesca que vem alcançando. O individualismo, cultura dos nossos tempos modernos, contribuiu muito para que chegássemos nesse descontrole de desrespeito ao próximo.

JC – É uma doença? Tem cura? Existe tratamento?
Ana Beatriz – Bullying não é uma doença, mas sim um fenômeno caracterizado por atitudes agressivas ocorridas em instituições escolares. Portanto, não podemos falar em tratamento, nem cura, mas sim em prevenção e atitudes proativas. A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil é utilizada para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar.

JC – As vítimas ficam com alguma sequela psicológica?
Ana Beatriz – As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, vivências, pré-disposição genética, da forma e intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying. Muitas levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta e necessitarão de apoio psiquiátrico ou psicológico para a superação do problema. Os problemas mais comuns que observo em consultório são desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas psíquicos/comportamentais como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar e social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podemos observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.

JC – O praticante de bullying é um psicopata ou será necessariamente?
Ana Beatriz – Não. Porém encontramos uma minoria que apresenta traços psicopáticos, que é perversa por natureza. São crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base estrutural de suas personalidades. Eles não têm empatia com o próximo (colocar-se no lugar do outro), sentimento de amor, culpa ou compaixão. Esses jovens apresentam traços marcantes de psicopatia, que antes dos 18 anos são denominados transtorno da conduta. Desde muito cedo têm um prazer mórbido em ver o outro sofrer. Normalmente são os mentores do bullying, que recrutam seus “soldadinhos” para que sujem as mãos por eles.

JC – Os agressores chegam a se sentir culpados?
Ana Beatriz – A grande maioria, sim. E isso pode ser a curto, médio ou longo prazo. Depende muito do perfil do agressor. Quando ele está passando por dificuldades familiares, por exemplo (algo apenas circunstancial), certamente não se sentirá confortável com suas atitudes. Para aqueles que têm um padrão familiar de violência, ou modelos da “lei da esperteza”, que devem se impor através de comportamentos pouco éticos e solidários, a consciência ou o sentimento de culpa de que o desrespeito ultrapassou os limites pode demorar a surgir. Mas o quadro muda quando há alterações na postura familiar, social e escolar. Para aqueles que apresentam um perfil psicopático, infelizmente, não haverá nenhum sentimento de culpa ou compaixão. Ao contrário, sentem um prazer mórbido em ver o outro sofrer.

Fonte: Jornal do Comércio RS

sábado, 21 de agosto de 2010

Bullying: crime ou brincadeira? no SBT "Casos de Família" dia 24 com a Cia Atores de Mar´

Retiramos do site http://www.sbt.com.br/casosdefamilia/noticias/?id=6168 o texto abaixo. Tem participação dos atores e diretor da Cia Atores de Mar´.

"De segunda a sexta, às 17h,
Christina Rocha entra em cena com o Casos de Família e recebe familiares, amigos e até mesmo inimigos que têm algum conflito ou questão para ser resolvida.

Esses anônimos revelam suas histórias e abrem suas vidas supervisionados pelos psicólogos Anahy D´amico e Ildo Rosa da Fonseca. "Esse é o único programa do gênero que tem um psicólogo", explica a apresentadora Christina Rocha. A plateia também participa da atração com opiniões e perguntas sobre as histórias contadas no palco.

Confira os próximos temas da atração:
Terça | 24 de agosto - Bullying: crime ou brincadeira?
"

CONTRATE O ESPETÁCULO BULLYING

BULLYING - Discussão de gente grande

Na Escola Raulino Horn, de Indaial, alunos da 7ª série criam blog sobre violência contra adolescentes

INDAIAL - Aos 13 anos, poucos assuntos considerados sérios pelos adultos chamam a atenção dos adolescentes. Se for polêmico e mexer com o cotidiano da escola e dos amigos, o melhor mesmo é deixar pra lá. Geison Welton da Cruz, 13 anos, pensa diferente. Zapeando a tevê um dia à noite, viu uma entrevista sobre bullying, que envolvia problemas com jovens em escolas e na internet.

– Na hora não entendi muito bem o que era. Fui para o computador pesquisar e resolvi mostrar para a professora Andréa, porque achei que valia a pena falar sobre o assunto – contou o adolescente.


Assim que o segundo semestre letivo começou, a professora de História Andréa Costa apresentou o tema aos alunos da 7ª série 2 da Escola de Educação Básica Raulino Horn, de Indaial. Depois de discutir em sala de aula as formas de bullying e as consequências, os colegas se engajaram na pesquisa. A turma está fazendo um resgate histórico do problema e vai colher depoimentos dentro e fora da escola.


Para ampliar a discussão e ajudar a tirar dúvidas, Geison ganhou a ajuda de Manuela Steiner no desenvolvimento de um blog. São usados vídeos, textos e até histórias em quadrinho para ilustrar as causas e consequências do bullying. À medida que as pesquisas evoluírem, a intenção é incluir as histórias contadas dentro da escola. Até setembro, em data ainda indefinida, haverá uma exposição com vídeos, depoimentos e esquetes teatrais.


Fonte: Jornal de Santa Catarina
Por DANIELA PEREIRA daniela.pereira@santa.com.br

Municípios se mobilizam para combater violência nas escolas

Em Itaboraí, no início da campanha contra o bullying, foi estimado que 40% de alunos já foram autores ou vítimas de agressão. As pesquisas confirmam que 50% dos agressores cursam o 6º ou o 7º ano em escolas públicas.

Rio - A Campanha de Enfrentamento do Bullying foi iniciada no último dia de atividades do 8º Simpósio de Educação de Itaboraí. Professores e diretores vestiram a camisa da campanha e receberam kits com informações para serem difundidas nas escolas. O bullying consiste em atividades intencionais com o propósito de ofender, agredir, perseguir, intimidar e amedrontar crianças ou adolescentes, tornando as vítimas pouco sociáveis, inseguras, quietas e com baixa autoestima. Estima-se que 40% dos alunos já foram autores ou vítimas de agressões, sendo que 60% delas ocorrem dentro das salas de aula e 56% dos agressores estão entre o 6º e 7º anos.

A própria secretária de Educação, Rosana Rosa da Silva, foi alvo do bullying aos 15 anos de idade. “Eu era chamada de Olívia Palito pelos meus colegas de turma”, contou a secretária, durante o simpósio. De acordo com o psicólogo da secretaria, Marcos André Torres dos Santos, poucos são os municípios que têm esta consciência. “O bullying não é brincadeira; vamos trabalhar este tema nas escolas com muita seriedade”, falou. Ainda de acordo com ele, a intenção é transformar a campanha em lei municipal e criar uma data no mês de novembro como o dia oficial de enfrentamento ao bullying.

A contribuição do educador e filósofo Paulo Freire para a educação cidadã foi levada ao plenário por Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire. “Crítico por excelência, Paulo Freire defendia uma educação prazerosa, baseada no diálogo. Para ele, todos possuem potencialidades e capacidades que precisam ser trabalhadas”, destacou Paulo Roberto. Itaboraí recebeu, ainda, como conferencista, o filósofo e advogado Gabriel Chalita, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Ouvido por mais de mil pessoas, o palestrante destacou o respeito do professor com o aluno. “O educador tem que impor a sua liderança não com gritos, se você gritar uma vez com seu aluno, você terá que fazer isso todos os dias”, disse Chalita, ressaltando que as pessoas erram por ausência de amor. Os profissionais de educação presentes ao evento demonstraram satisfação em participar de palestras tão enriquecedoras.

Um projeto de lei com o objetivo de implantar nas escolas públicas foi criado em Barra Mansa para que sejam tomadas medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. A lei solicita à prefeitura a capacitação dos professores e equipe pedagógica para realização de palestras, debates e demais iniciativas que serão discutidas em sala de aula, como prevenção e orientação.

Além disso, sugere conscientizar os envolvidos nesse quadro, visando à recuperação da autoestima, o desenvolvimento e a convivência harmônicos no ambiente escolar, incluindo também toda a família nesse processo.

Fonte: O Dia online


Colégio Indyu participa da campanha nacional contra o bullying

No primeiro semestre de 2010, o programa Altas Horas, da rede Globo, iniciou uma campanha contra o Bullying, conceituado, de acordo com o livro Bullying - Mentes perigosas nas escolas, da escritora Ana Beatriz Silva, como “um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica que ocorrem nas instituições de ensino. É um tipo de agressão intencional, que ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas”. A iniciativa do apresentador Serginho Groisman surgiu depois que um estudante que estava na plateia, chamado Felipe Lopes, se manifestou e disse que era vítima desse tipo de violência. O estudante sensibilizou a todos. No programa posterior ao desabafo, foi apresentada uma entrevista do estudante, em que ele contou como era a sua vida na escola como vítima do Bullying.

A partir daí, o Altas Horas começou de fato a campanha, elaborando um site e cartazes combatendo esse tipo de violência.

ANDREIA PEREIRA



Estudantes do Indyu participam da Campanha contra o Bullying.

O Colégio Indyu de Montes Claros também se mobilizou com a iniciativa e resolveu lançar a campanha na própria escola. Segundo o diretor do colégio, Cristiano Nogueira, a campanha surge em consideração ao grande desafio de oferecer uma educação de maior qualidade nos tempos modernos. Por isso, o Colégio Indyu preparou seu retorno às aulas, desenvolvendo a capacitação dos seus profissionais quanto ao Bullying, assunto da moda que vem chamando a atenção de toda comunidade escolar.

A campanha está ocorrendo em parceria do NEPISS - Núcleo de Estudos, Pesquisas e Intervenções em Serviço Social - da Unimontes, sob a coordenação da professora Rutinéa Alves Ferreira. O trabalho iniciou-se em julho de 2010 com palestra sobre o Bullying para os estudantes das 5ª e 6ª séries, sendo que as demais turmas do Ensino Fundamental, bem como os estudantes do Ensino Médio, também compõem o público-alvo direto do projeto que está tendo continuidade no segundo semestre de 2010. Os professores também participaram de uma palestra realizada pelo NEPISS. A palestra alertou sobre a necessidade de eles serem parceiros fundamentais na implantação de uma Política anti-bullying. A professora Rutinéa Alves destaca a iniciativa do Colégio Indyu no enfrentamento do Bullying, acolhendo e apoiando o Projeto do NEPISS.

- Nesse sentido, o Colégio Indyu demonstra seu compromisso com a busca da garantia de condições exigíveis à preservação da integridade de seu corpo de estudantes, imprescindíveis ao seu melhor aprendizado e à sua formação para a cidadania – afirma.

O diretor do Colégio concorda com a professora e complementa dizendo que a boa escola se faz através de uma gestão participativa, de um grupo coeso e bem preparado para responder as expectativas e demais anseios que seu público apresenta.

- Preparar um aluno para passar no vestibular, concurso público, Enem etc. é uma função pequena demais frente ao que uma escola deve oferecer. Além disso, a escola deve também, verdadeiramente, se preocupar com o desenvolvimento da cidadania do educando – enfatiza Nogueira.

Ele explica que agir negligentemente perante o Bullying pode acarretar no futuro, por exemplo, a timidez e a insegurança em jovens ou em adultos:

- Percebe-se, portanto, que esse já é um problema de saúde pública e deve ser enfrentado por todos que acreditam na educação e a vê como a principal fonte de construção de uma sociedade pautada nos bons princípios morais e éticos – alerta o diretor.

Iniciativa que merece aplausos e mais adeptos.

Fonte: Jornal Norte de Minas


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Encontro de Grêmios Estudantis reunirá jovens de 7 cidades

A 24ª Coordenadoria Regional de Educação promoverá nesta sexta-feira (20) o Encontro Regional de Grêmios Estudantis, no Ginásio da Escola Estadual Rio Jacuí, em Cachoeira do Sul. O evento, que acontece anualmente, reunirá um total de 333 jovens, alunos de 25 escolas estaduais, particulares e municipal de Cachoeira do Sul, Agudo, Estrela Velha, Ibarama, Novo Cabrais, Paraíso do Sul e Restinga Seca. O credenciamento iniciará às e a abertura oficial está marcada para as min. As atividades ocorrerão durante manhã e tarde.

O tema do encontro de 2010 será Bullying, vamos combater essa prática. O assunto será abordado em palestra, pela manhã, pela psicopedagoga e advogada Nelnie Viale Lorenzoni, de Porto Alegre. A palestrante, professora e assessora técnica Secretaria de Estado da Educação, possui trabalho reconhecido no Rio Grande do Sul, na área da Justiça Restaurativa, que visa a pacificar conflitos e tensões sociais gerados por violência. Conforme a responsável pelo evento na 24ª CRE, professora Vera Tittelmaier Balardin, além da palestra sobre bullying, o Encontro Regional de Grêmios Estudantis terá, em sua programação, atividades de integração, artísticas e esportivas.

A Coordenadora Regional de Educação, Lúcia Fogliatto Homrich, salientou que o objetivo do evento é proporcionar aos integrantes de grêmios estudantis a troca de experiências entre as escolas, bem como incentivar e fomentar o aparecimento de novas lideranças na rede pública estadual. Ela explicou, todos os anos, é escolhido um tema atual para discussão no encontro. Em 2009, o crack foi debatido.

Conforme Lúcia, a temática do bullying ganhou importância em 2010, porque o Estado sancionou a Lei 13.474, aprovada por unanimidade na Assembléia Legislativa, que prevê políticas públicas contra o bullying nas escolas de ensino básico e de educação infantil, privadas ou públicas, em todo o Rio Grande do Sul. Com isso, as instituições de ensino desenvolverão a política antibullying. È nosso dever, enquanto gestores, oportunizar momentos de debate sobre esta questão, que está no cotidiano das escolas, bem como estaremos também dando cumprimento à lei, enfatizou a Coordenadora.

Fonte: Rádio Fandango Cachoeira do Sul

Ciberbullying: o que fazer quando seu filho é o agressor?


A garotada sabe tudo sobre internet. E quase nada sobre respeito


Antes de tudo, peço desculpas pelo palavrão cheio de consoantes que você acaba de ler. Ciberbullying é um termo esquisito. Soa aos meus ouvidos como um pedregulho, como uma agulha desgastada que arranha um disco de vinil. Quem nasceu depois dos anos 90 talvez nunca tenha visto um desses bolachões, mas certamente sabe o que é ciberbullying. A palavra, em inglês, foi importada e rapidamente incorporada ao nosso vocabulário assim como a maioria dos hábitos e ferramentas que a internet instituiu.

Sob vários aspectos, a internet mudou nossa vida para melhor. Sabe-se, porém, que também trouxe problemas. Um deles foi ter amplificado o poder devastador do bullying, um tipo odioso de violência escolar. O bullying ocorre quando o agressor é mais forte ou mais poderoso que a vítima. É praticado por quem insiste em humilhar, subjugar, agredir o colega, isolá-lo do grupo. Quem já passou por isso sabe que as consequências podem ser duradouras. Podem surgir sintomas físicos, doenças psicossomáticas, problemas emocionais, sociais e de aprendizagem.


O bullying no meio digital (ou ciberbullying) tornou-se uma grande preocupação dos pais que têm filhos em idade escolar. Li um interessante estudo publicado em julho na revista científica
Archives of General Psychiatry. Um resumo do artigo você encontra neste link. O trabalho menciona uma estatística sobre ciberbullying entre estudantes de 10 a 17 anos nos Estados Unidos. Nessa amostra, 12% declararam ter agredido alguém pela internet; 4% disseram ter sido alvo de agressão e 3% revelaram ter estado nas duas posições. Ou seja: em algumas vezes foi o agressor. Em outras, o agredido.

Todos nós tentamos proteger nossas crianças dessa ameaça. E se o seu filho estiver do outro lado? E se você descobrir que, em vez de vítima, ele é o agressor? A probabilidade de ter em casa uma criança ou jovem que pratica ciberbullying não é baixa. Dependendo da idade da criança, ela nem entende direito a extensão dos danos provocados pelas agressões. Mas agridem. Recentemente ouvi duas histórias que chamaram minha atenção para o desafio que os pais e as escolas enfrentam.

Três meninas de 10 anos se encontraram na frente de um computador e decidiram dizer tudo o que pensavam sobre uma coleguinha de classe. Bancaram as "supersinceras". Escreveram coisas do tipo: "você é chata", "você acha que tudo tem de ser do seu jeito", “nunca mais quero ser sua amiga” etc. Dá para imaginar a confusão que isso provocou, né?


Os pais da menina agredida reclamaram. Os pais das agressoras ficaram arrasados, se perguntando onde erraram na educação das filhas. Por sorte, os casais são amigos e puderam conduzir a história com maturidade. Procuraram mostrar às crianças o quanto elas sofreriam se estivessem na posição da menina agredida. E o quanto esse tipo de constrangimento é odioso. Tentaram mostrar, também, que não podemos dizer pela internet aquilo que não temos coragem de expressar pessoalmente.


As agressoras choraram. De vergonha e arrependimento. Demonstraram, sinceramente, não ter noção dos danos que estavam provocando. Achavam que, se fossem francas com a amiga, ela perceberia que precisava mudar seu comportamento.


Superada a crise (pelo menos aparentemente), as quatro continuam amigas. Passam as tardes juntas na escola, dormem na casa de uma ou de outra nos finais de semana, se falam por telefone, trocam mensagens pelo Orkut. Mas esse episódio foi uma grande lição. Para as crianças e para os adultos.


A outra história aconteceu com um menino de 10 anos, bastante querido pela turma. Por alguma razão, ele se esforça para ser identificado como um bom camarada. Comete atos de generosidade exagerada. Está sempre dando algum presente a alguém. Brinquedos caros, balas, figurinhas disputadas etc. Faz tudo o que lhe pedem. Em troca de afeto, talvez? Um dia desses o "gente boa" deu a senha de seu perfil no Orkut a uma colega de sala.


O que aconteceu? A menina se fez passar por ele e enviou xingamentos a várias colegas. Soltou o verbo e o veneno. "Você é feia", "não quero namorar você", "fulano não gosta de você", etc. Foi uma confusão. Todas as meninas se voltaram contra ele. As mães das garotas foram tirar satisfação com a mãe do menino. Até essa mulher conseguir entender o que aconteceu e provar às outras que ele não era ele, muito sofrimento rolou.


Esses e outros episódios me levam a crer que a garotada que sabe tudo de internet está completamente perdida no que diz respeito às regras de convivência nesse novo ambiente. Em habilidade tecnológica, essa geração é nota 10. Em discernimento e ética, merece zero.


Os pais e as escolas precisam enfrentar o problema. Sem rodeios. Sem fingir que é um mal menor. O primeiro passo é tentar entender a dimensão do ciberbullying. Existem poucas pesquisas sobre o assunto no Brasil. O estudo que mencionei no início desse texto foi realizado na Finlândia com 2,2 mil adolescentes entre 13 e 16 anos. Com a garantia do anonimato, eles relataram os episódios de ciberbullyig praticados nos seis meses anteriores. Nessa amostra, 7% se declararam agressores. Quase 5% relataram ser vítimas. Outros 5,4% disseram ter vivido os dois papéis (agressor e vítima).


Entre os problemas de saúde e/ou emocionais relatados pelas vítimas apareceram dores de cabeça, dores abdominais recorrentes, dificuldades de sono e sensação de insegurança na escola. Entre os agressores, verificou-se hiperatividade, problemas de conduta, dores de cabeça, abuso de cigarro e álcool etc. Todos esses problemas foram verificados entre os adolescentes que viveram os dois papéis (agressor e vítima).


Se os pais pudessem intervir precocemente, antes que as agressões se transformassem numa bola de neve, muito sofrimento poderia ser evitado. Mas como saber se a belezinha que você tem em casa é um tirano no mundo digital?


"Já conversei com pais arrasados ao descobrirem que seus filhos estavam envolvidos em investidas maldosas contra colegas de classe", diz a hebiatra Maria Dulcinea Oliveira, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. O que eles podem fazer? Algumas sugestões da médica especializada no atendimento de adolescentes:


• mostrar aos jovens (ou às crianças) o impacto dos atos deles na vida do outro;


• obter informações sobre a vítima e seus pais para que, juntos, possam pedir desculpas;


• descobrir por que o agressor partiu para o ataque e ajudá-lo a rever os conceitos que tem das pessoas e do mundo;


• demonstrar interesse pelo mundo digital e, dessa forma, supervisionar de que forma o filho se comporta na internet.


É um bom começo, mas cada família precisa avaliar se está sendo capaz de transmitir aos filhos valores fundamentais como respeito, tolerância e educação. Dentro e fora da internet.


E você? Como acha que os pais devem se comportar diante do ciberbullying? Conhece alguém que tenha sido vítima ou agressor? Queremos ouvir a sua opinião.

Fonte: Cristiane Segatto cristianes@edglobo.com.br


Crimes de abuso e bullying continuam a crescer

Nos últimos dez anos, a APAV recebeu queixas de seis mil crianças, referentes a nove mil crimes. O objectivo é sempre o mesmo: tornar possível que se faça justiça, e que as vozes dos mais pequeninos não sejam silenciadas. .

Só na última década recorreram à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima quase 6.000 crianças. Dos dados estatísticos apurados pela APAV ao longo da última década e do trabalho realizado pela associação nesta área ressalta uma série de realidades que importa destacar:

- as quase 6.000 crianças apoiadas pela APAV reportaram um total de cerca de 9.000 crimes;

- o número de crianças do sexo feminino vítimas de crimes foi sempre claramente superior ao número de crianças do sexo masculino;

- a idade das crianças vítimas apoiadas pela APAV situa-se maioritariamente entre os 11 e os 17 anos;

- foram reportados à APAV mais de mil crimes sexuais praticados contra crianças: esta é uma realidade com alguns contornos especialmente preocupantes, como sejam o facto de cada vez mais crianças com menos de 4 anos de idade serem vítimas destes crimes, cada vez mais crianças praticam estes crimes contra outras crianças e cada vez mais a internet ser utilizada como meio para a perpetração deste tipo de criminalidade, o que dificulta enormemente o despiste e a investigação;

- o número de crimes praticados contra crianças em contexto escolar (o chamado bullying) reportados à APAV vem também aumentando, o que reflecte a maior visibilidade que este tipo de ocorrências ganhou nos últimos anos.

Como receber ajuda

O combate pela protecção e promoção dos direitos das crianças e jovens vítimas de crimes vem sendo travado pela APAV em várias frentes, desde logo nos Gabinetes de Apoio à Vítima, nos quais o atendimento, apoio e acompanhamento de crianças e jovens é uma constante.

Mas destacam-se, também, um conjunto de actividades específicas de prevenção e sensibilização, como, por exemplo, o Projecto IUNO – sensibilização e informação sobre violência doméstica e sexual, para além dos módulos de para profissionais que lidam com crianças vítimas de crimes em contexto escolar.

O importante, defende a APAV, é que a voz das crianças vítimas, seja de que crime for, se faça ouvir e respeitar. Porque é demasiado fácil silênciá-las.

Fonte: Destak

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Bullying - opinião

José Wilson Santos

zewilsonsantos@hotmail.com

O termo é novo, mas o bullying, expressão inglesa que define atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou mais, principalmente em escolas, é tão antigo quanto Severino de cócoras atrás da moita.

O Degas aqui, paraibano da gema, já sentiu o problema na pele, nos bons e velhos tempos da Escola Normal. Dono de dois itens corporais acima da média, um deles situado bem em cima do pescoço, fui, por algum tempo, alvo preferido de brincadeira de mau gosto por parte de um colega mauricinho.

O mané me pegou pra Cristo e virei cabeção. Era cabeção pra cá, cocão pra lá, com o coro de meia dúzia de puxa-sacos do mauricinho aumentando na exata medida da minha aporrinhação.

Quanto mais esperneava, mas o termo grudava em mim. O trem caminhava para o insuportável, quando resolvi que precisava fazer alguma coisa, de preferência inteligente.

Mirei o pé da orelha do cara várias vezes, mas como precisava de um banquinho para atingir a altura ideal para o murro, desisti. Melhor procurar uma fraqueza no mauricinho, para ir à forra usando a chatice dele.

E achei.

Abençoado financeiramente, o mané reunia nossas colegas na hora do recreio para pagar o lanche, fazenda a alegria de Seu Mário, o cantineiro. Mas o cara era igual Seu Caceta: pagava, mas não pegava ninguém.

Ao contrário do Degas aqui, que não só levava algumas minas pro cantinho do muro, como ainda meletava parte do lanchinho delas. Acho que era por isso que o mauricinho não ia com minha cara.

Achei que o caminho era por aí e fiquei na moita.

Quedou-se (affe Maria!) que num belo dia ele chegou com a novidade do boné:

— Zé, tô precisando comprar umas melancias na feira e não tenho como carregar. Cê me empresta o bonezinho?

A claque de meia dúzia de puxa-sacos bateu palminhas para a tirada, as minas ficaram meio sem graça e o Degas aqui aproveitou a deixa pra ir à forra:

— Chega mais, véio! — exclamei com uma alegria afetuosa, passando o braço carinhosamente sobre o ombro dele. Achei que você não viria à aula hoje. Mas é bom ver que já está agüentando sentar, depois de ontem à noite!

Pronto. Acertei o cara na veia. O tempo fechou com a insinuação de que ele tinha mordido a fronha. A mala bufou e os bombeiros entraram em cena, evitando o pega pra capar. Daquele dia em diante voltei a ser somente Zé.

E o mauricinho cuspia marimbondo sempre que alguém o chamava de ‘da fronha’.

Desmoralizar o oponente, no território dele, era, no meu tempo, a melhor maneira de escapar do bullying.

Porém, contudo e todavia, é bom lembrar que naquela época a educação de berço ainda funcionava. Por isso, não havia tantas crianças e jovens abestaiados como hoje em dia. Não formavam turma para espancar, nem dentro nem fora da escola; não esfaqueavam nem atiravam em ninguém. Era dificílimo pendengas acabarem em vias de fato. Mas, se resultassem, limitavam-se à troca de sopapos entre as partes e boas.

Por trás do bullying, via de regra tem alguém com tudo para ser bem sucedido. Normalmente é gente bonita, com boa situação financeira, mas com baixa autoestima. Gente que necessita de escada para chamar atenção, que busca se destacar à custa de defeitos e mazelas alheias.

Parafraseando Dadá Maravilha, diríamos que tem toda uma problemática lá atrás, a começar pelo quase abandono imposto às crias por pais e mães que trabalham. Daí para tentarem compensar dando tudo na mão e de mão beijada, é um pulo. E pronto, aperfeiçoamos mais um monstrinho para o mundo.

Falei e disse?

Fonte: Norte de Minas


Alunos da Escola Arlindo Lima recebem palestra sobre bullying

O projeto "OAB vai à escola" realizado em parceria com a Prefeitura de Campo Grande, completa quatro anos, com resultados positivos nas escolas municipais, com o corpo docente, alunos e pais que são o público-alvo dos temas abordados. Nesta quarta-feira (18), os alunos da Escola Municipal Arlindo Lima receberam a coordenadora da comissão da OAB, Eugênia Portela de Siqueira Marques que ministrou uma palestra sobre "Bullying: um mal que pode ser evitado".

Na platéia, alunos do 4º e 5º ano escutaram atentamente a advogada e professora, que explicou com exemplos do cotidiano como os alunos podem ser vítimas deste tipo de agressão, caracterizada por serem repetitivas e agressivas, causando conseqüências como: déficit de atenção, baixo rendimento escolar, reprovação, ansiedade, depressão, aflição, suicídio e até assassinato. "Temos que aprender a respeitar os colegas e não ofendê-los verbal e fisicamente. Ninguém gosta de ser mal tratado", explicou Eugênia.

Conforme foi transcorrendo a palestra, as crianças ficaram confiantes e não tiveram vergonha de falar que já tinham passado por uma situação de bullying. A estudante M.E.S., de 10 anos desabafou que sofre com piadinhas maldosas por causa da dentição e, por conta disto, ser chamada de "dente de coelho" ou "dentuça". Outras também deram depoimento e demonstraram estar bem por dentro do que é esta agressão, já que foram citadas questões como discriminação de cor, da vestimenta, por usarem óculos ou aparelhos dentários e, até, por causa do sobrenome.

A cada explicação, a palestrante explicava como proceder, sempre evitando o revide ou a violência e alertando para que as vítimas procurem a direção da escola ou os pais. "Ao invés de excluirmos do nosso convívio uma pessoa por ser diferente, vamos acolhê-la, recebê-la bem. A vida não seria sem graça se todo mundo fosse igual?", questionou a palestrante.

Para o diretor da escola, Aristóbulo dos Anjos Castro, a iniciativa do projeto é ótima e vem auxiliar o corpo escolar com educação e colaborações a todos os envolvidos. "A parceria do "OAB vai à escola" é muito boa para a Rede Municipal de Ensino e a escola foi palco do lançamento do 1º gibi do projeto", comemorou o educador.

Entendendo o bullying – é uma palavra proveniente da língua inglesa e significa algo como valentão, briguento, sendo atualmente um problema mundial, encontrado em qualquer escola e série, independente de ser pública ou privada. Na opinião do diretor, é um tema que ser sempre reforçado, por ser detectado diariamente. "Todo mês, pedimos palestras e além do bullying será discutido o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A programação é a seguinte:

(18/08) – bullying – 4º e 5º anos

(19/08) – ECA – 6º e 7º anos

(20/08) - bullying – 6 e 7º anos

Além estes temas, são discutidos também: relacionamento interpessoal, direitos das mulheres e violência doméstica, novas modalidades de famílias, direito do trabalhador e também os direitos dos trabalhadores menores, cidadania, diferentes tipos de discriminação, vícios e desvios de comportamento, relacionamento familiar, entre outros.

A advogada afirmou, ainda, que recentemente foi feito um convite para as universidades e alunos do 7º e 9º semestre da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) devem participar como voluntários. "Para se mudar situações de risco, temos que utilizar a ferramenta da educação. A escola é uma sociedade em miniatura", afirmou Eugênia Marques.

Fonte: Correio do Estado Campo Grande


Câmeras flagram agressão a vítima de bullying a caminho da escola no RS

Adolescente levou socos e pontapés de três agressores.
Polícia de Passo Fundo investiga o caso.

Câmeras de segurança flagraram o momento em que um garoto de 16 anos foi agredido em frente a uma escola em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, na quinta-feira (12).

Segundo a polícia, a agressão foi provocada por um caso de bullying iniciado dentro da escola.

Três adultos bateram no estudante a mando de outros adolescentes, de acordo com a polícia. O vídeo mostra o ataque a socos e pontapés.

O estudante ficou com lábios e uma das mãos machucada. Segundo a polícia, o pai do estudante já teria procurado a direção da escola para informar que o garoto sofria bullying.

O delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Mario Pezzi, disse que os envolvidos serão interrogados a partir da próxima semana.

Fonte: G1


Aluna é agredida por colegas em escola de Ribeirão

Menina de 11 anos com transtorno de atenção leva soco e pedradas em unidade estadual de ensino e mãe ameaça ir à Justiça

Wesley Alcântara - Especial A Cidade

Foto: Matheus Urenha / A CidadeEstudante de 11 anos vítima de colegas de escola afirma que não quer mais voltar às aulasEstudante de 11 anos vítima de colegas de escola afirma que não quer mais voltar às aulas

A dona de casa R.E.P., de 30 anos, afirma que a filha de 11 anos é vítima de bullying (intimidação de colegas de classe por intolerância) desde o ano passado, na escola estadual Vereador José Bompani, no Conjunto Valentina Figueiredo, zona Norte de Ribeirão Preto. Na semana passada a menor foi agredida com um soco no rosto e apedrejada pelos colegas da sala de aula, logo após sair da escola.

Uma inspetora acompanhou a menina até a casa da avó. Mesmo assim, um grupo de dez crianças continuou a atirar pedras, que acertaram apenas a mochila da menina.

A mãe diz que a filha, repetente da 4ª série do ensino fundamental, é perseguida porque tem dificuldade no aprendizado. Aos 4 anos, pediatras diagnosticaram que a menor tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.

"Os colegas da sala a xingam de burra e de gorda. Como fica chateada, acaba revidando aos xingamentos e os alunos a agridem", disse R., que pretende processar o Estado caso nenhuma providência seja tomada. A família da estudante pede a mudança dela para outra escola, desde que o ensino seja de qualidade.

Providências

Os pais da menina participaram nesta terça-feira de uma reunião na escola, que prometeu providência. O conselheiro estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado), José Wilson de Souza Maciel, diz que a entidade oferece projetos para orientar professores a combater o bullying.

A Secretaria da Educação do Estado afirma trabalhar no combate à violência escolar e que conquistou resultados significativos com o Programa Sistema de Proteção Escolar, implantado em 2009. O projeto conta com manuais de procedimentos e conduta, que servem como referência à convivência no ambiente escolar e detalham normas adotadas em situações de conflito.

Os nomes não foram divulgados para não identificar a menor, segundo preconiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Fonte: Jornal A Cidade

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Educar e ser educado contra o bullying

Perpétua Maria da Silva

Preocupações com provas, pesquisas e vestibular fazem parte da vida estudantil. O que não deveria estar presente na rotina de crianças e jovens, e em nenhuma outra fase da vida, é a violência, seja ela física ou psicológica. Infelizmente, a realidade mostra que estudantes estão cada vez mais expostos a essas situações. Implicâncias entre colegas podem gerar os mais variados apelidos e, com isso, as diferenças e as características peculiares de cada um passam a ser exaltadas de forma pejorativa e podem evoluir para agressões físicas. Muitas vezes, pela correria do dia a dia, os pais não percebem mudanças de comportamento nos filhos que indicam serem vítimas ou autores dessa violência que afeta os jovens e assusta familiares e educadores em todo Brasil: o bullying. É preciso estar atento aos sinais. A criança pode perder a vontade de ir para a aula, apresentar uma queda no rendimento escolar e não ter vontade de interagir com os amigos, mas o problema será percebido quando seus pais forem chamados no colégio em razão de brigas.

Pais e professores estão estreitamente ligados ao cotidiano das crianças. Mais que a proximidade física, é necessário construir um canal permanentemente aberto ao diálogo. Devemos ser referência em um momento de medo, dúvida ou angústia. É fundamental promover iniciativas para coibir essa forma de violência, como as leis antibullying aprovadas na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa. Os colégios da Rede Metodista de Educação do Sul também criaram um projeto com o objetivo de discutir o tema com seus alunos, para torná-los multiplicadores no processo de conscientização. O bullying é, acima de tudo, uma questão de formação. Mais do que preparar para o mundo acadêmico e profissional, a escola deve preparar para a vida, com valores éticos e morais, com respeito aos direitos e espaço dos outros. Antes de condenar uma criança por seus atos, é preciso se perguntar onde ela aprendeu tal comportamento. Pais e professores devem atuar juntos e ter consciência de que não basta apenas educar, é preciso ser educado, pois é na infância que se consolidam as bases da tolerância e do respeito com o outro. É com esta filosofia, presente no Ensino Metodista, que se deve trabalhar a formação de bons cidadãos para a vida em coletividade.

Vice-diretora da Educação Básica dos Colégios Metodistas Americano, Centenário e União

Fonte: Jornal do Comércio - POA

Como entender e evitar o bullying

Atitudes rudes, humilhações, xingamentos e ameaças – físicas e psicológicas – têm nome: bullying. O tema tem sido tratado cada vez com mais atenção por pais e professores. Dois lançamentos atentam para o problema de formas diferentes.

Jefferson Galdino optou por contar a história de Joca, menino que sentia um friozinho na barriga quando as aulas se aproximavam. Alvo da zoação de três colegas, sofria ao pensar que seria chamado de “cabeça de repolho” ou que deveria pagar pedágio para poder ter tranquilidade na escola. No final, a lição serve pra todos: os meninos percebem que a atitude só lhes fazia mal e Joca, que suas diferenças são muito importantes, pois fazem dele uma pessoa única.

A catarinense Miriam Portela aprofunda mais o tema. A história também se passa na escola, claro, mas é um pouco mais densa. Por meio dos personagens, é possível levar a discussão adiante na sala de aula. Professores e alunos podem entender que a agressão atinge todas as classes sociais.

Bullying, Vamos Mudar de Atitude!, de Jefferson Galdino. Noovha América. 26 págs. R$ 28

Bullying, Vamos Sair Dessa?, de Miriam Portela. Ilust. Toni D’Agostinho. Noovha América. 50 págs.R$ 42

Fonte - Diário Catarinense

domingo, 15 de agosto de 2010

Cia Atores de Mar´ faz participação com espetáculo BULLYING no SBT


Junior Beéfieeri, Patrick Moraes, Juliana Behla, Vanessa Palazzi e Mar´Junior no SBT para a gravação do programa "Casos de Família" apresentado pela Christina Rocha. 13/08/2010

Conscientização sobre danos do bullying deve começar cedo

Para o professor Carmelito Alcunha, de Cáceres, o processo de conscientização dos alunos sobre a prática perigosa de bullying e de cyberbullying deve começar desde cedo. Ele desenvolve um projeto com esse objetivo há cinco anos. O professor conta que ficou impressionado com a esse tipo de violência na escola onde ele leciona e resolveu tomar uma atitude.

“Na verdade eu considero esse tipo de atitude como um distúrbio de comportamento. Na internet é ainda pior, porque é uma violência mascarada, onde a única pessoa que aparece é a vítima”, opinou.

Para tentar coibir esse tipo de ação, toda semana Carmelito Alcunha realiza pequenas palestras sobre bullying e cyberbullying na escola em que trabalha, que tem cerca de 700 alunos de 6 a 17 anos. Segundo o professor, a prática tem trazido resultados.

“Eu percebi que os estudantes estão mais calmos e menos agressivos entre si, diminuiu até mesmo os apelidos – que de inocentes não têm nada”, afirmou. Para ele, se esforçar para diminuir a incidência de qualquer tipo de violência é tarefa de todo educador. A escola, ao longo dos anos, mostrou que não está livre da violência. Os muros dos colégios nem sempre são suficientes para proteger os alunos e professores. Nem deles mesmos. (CH)

Fonte: Diário de Cuiabá

Estudantes ajudam quem sofre discriminação

Com o tempo, estudantes da 8ª série aprenderam a lidar com o bullying e ajudam os mais novos a superar esses problemas. O primeiro passo foi o levantamento feito em todas as séries da escola.

– A gente pesquisou e viu quem sofria bullying e também quem cometia em cada turma – conta Bruna Castellan, da 8ª série.

Depois, a exibição de um filme didático com a história de um sapo gordo e de um magro promovido pelos alunos mais velhos ajudou a explicar o tema para as crianças.

– Nosso vídeo também fala que a maioria das pessoas comete bullying como defesa e, muitas vezes, isso é um problema familiar – explica Felipe Luciano, 15 anos.

Reconhecer desde cedo que atitudes podem ser prejudiciais aos colegas é umas das tarefas mais importantes do projeto.

– É tão fácil julgar os outros, mas é muito difícil enxergar os próprios defeitos – ressalta a aluna Giulia Zanini, 14.

Além de conscientizar, os estudantes querem ajudar os colegas que sofrem discriminação e não buscam ajuda em casa.

– A gente quer quebrar o silêncio para que possamos aconselhá-los ou encaminharmos para as pessoas certas – observa a estudante da 8ª Gabriele Scopel, 14.

Por último, veio o blog com o intuito de envolver mais pessoas nesta campanha.

Fonte: Pioneiro Caxias do Sul

Conversar faz a diferença


Alunos da Escola Matteo Gianella, em Caxias, desenvolvem projeto inovador

Caxias do Sul – Quando a professora de português Márcia Volquind trabalhou a clássica história de A Branca de Neve e os Sete Anões pelo enfoque pejorativo, não esperava que os estudantes levassem tão longe o projeto antibullying que estava introduzindo.

Os próprios alunos da 8ª série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Matteo Gianella, no bairro Santa Catarina, estenderam a campanha para outras séries e até para fora dos muros da escola por meio de um blog.


Eles contam suas experiências aos mais novos para conscientizá-los de que, como os anões do conto infantil, as pessoas são diferentes e não devem ser discriminadas.


Para estimular os alunos a falarem sobre bullying, a professora começou expondo um problema de infância. Quando era pequena, Márcia tinha os dentes caninos mais desenvolvidos do que os outros e, frequentemente, recebia apelidos por isso. Por mais inofensiva que a brincadeira escolar pareça, ser chamada de drácula lhe causou um transtorno.


– Por um bom tempo da minha vida, eu não sorri. Por mais complicado que seja para os alunos expor histórias como essas, os relatos impressionam e acabam causando identificação – relembra a professora.


No grupo da 8ª série, multiplicador do projeto pela escola, a maioria já sofreu algum tipo de bullying. Matheus Montanari, 14 anos, não tem vergonha de exibir seu cabelo azul pelos corredores. Entretanto, o adolescente é vítima de comentários maldosos.


– As pessoas não aceitam as diferenças. Normalmente, elas não falam para ti, mas já aconteceu de as pessoas rirem de mim e dizer que eu deveria processar o meu cabeleireiro. Antes eu ficava mais triste, mas é o que eu gosto. Porém, o apoio que recebo é muito mais forte – acredita Matheus.


Por causa da estatura, a estudante Bruna Castellan, 14, também ganhou diversos apelidos. Ela admite que ficava chateada.


– Eu fui até tentar fazer tratamento para ganhar um pouco de altura, mas eu parei quando vi que não tinha moral correr atrás de algo que não dependia só de mim – conta a aluna.


Para a professora, a iniciativa tem provado que a conversa continua sendo a melhor maneira de se combater a violência, tanto psicológica quanto física.


– Em sala de aula você encontra os sete anões, mas esses apelidos fazem as pessoas se excluírem. O que temos de aprender é a conviver em grupo e aceitar as pessoas. Para isso, primeiro é preciso conhecê-las – ensina Márcia.


babiana.mugnol@pioneiro.com

BABIANA MUGNOL

Fonte: Pioneiro Caxias do Sul

Bullying: a violência dentro das escolas

As mais diferentes formas de violência invadem cada vez mais as escolas brasileiras e em todo o mundo.

Aqui no Brasil por algum tempo, essa violência foi muito debatida dentro das escolas públicas e era ligada a clientela dessas escolas, principalmente no período noturno. Discutia-se a necessidade de um policiamento mais ostensivo na frente das escolas, uma vigilância maior para que pessoas de fora não invadissem os prédios escolares, enfim, era uma violência tratada como algo fora dos muros escolares.

Já escrevi alguns textos sobre o assunto e em todos eles, sempre defendi a tese da necessidade de tratar essa violência como algo inerente não apenas ao lado de fora dos muros das escolas mas sim e principalmente, como um comportamento dos próprios alunos dentro das salas de aulas e dependências internas das mesmas.

Escrevi textos falando da necessidade urgente de se trabalhar a inteligência emocional dos alunos como uma das principais formas de tratar essa violência escolar.

Fiz muitas palestras em escolas públicas e também particulares sobre o assunto tentando mostrar a importância de se incluir no currículo escolar a alfabetização emocional dos alunos.

Cada vez mais, um comportamento denominado bullying, tem sido observado e apontado como um dos grandes problemas disciplinares e comportamentais em nossas escolas.

Hoje, essas pesquisas estão sendo voltadas mais para escolas particulares pois esse comportamento cresce assustadoramente nessas escolas.

O que é bullying? È a expressão usada para denominar um comportamento extremamente agressivo de grupos de alunos em relação a determinados alunos da classe ou da escola. Envolve agressões verbais, emocionais e físicas como socos, pontapés, ameaças, enfim um comportamento violento e inaceitável dentro de escolas.

O que tem chamado mais ainda a atenção dos estudiosos do assunto é que a idade é cada vez menor de alunos que praticam o bullying dentro das escolas. Um comportamento antes mais comum em adolescentes está sendo apresentado por crianças a partir de 7 anos de idade.

Esse comportamento agressivo geralmente é liderado por um dos alunos e os outros seguem suas ordens isolando algum colega, ameaçando-o, hostilizando-o publicamente e chegando mesmo a agressões físicas dentro da escola. O líder, geralmente um aluno problemático induz outros, que até mesmo por medo de represália e de não serem mais aceitos pelo grupo obedecem e hostilizam algum colega.

O problema é sério e muitas vezes acaba fazendo com que a vítima não queira mais ir à escola, abandonando-a e apresentando problemas emocionais também graves.

O que as escolas brasileiras estão fazendo para coibir e tratar essa violência?

Temos certamente que citar algumas causas para o aumento desse problema nas escolas e entre elas a falta de família e de limites é uma das maiores.

Muitos desses líderes negativos são de famílias problemáticas cujos pais não sabem lidar com disciplina e afetividade em relação aos seus filhos. Esses alunos acabam em parte, descontando seus problemas familiares nos colegas e escolhem um deles para ser a vítima da vez. São crianças também que não toleram frustrações e extrapolam através de um comportamento que não pode ser aceito pela escola.

Pesquisas indicam uma falta de vigilância nas escolas o que facilita o bullying pois os alunos que comandam os outros não se sentem ameaçados de punição o que reforça o comportamento inadequado. Quando os pais das vítimas procuram na escola a direção e coordenação muitas vezes alegam que não sabem de nada até que os pais mudam seus filhos de escola por não conseguirem resolver o problema.

O aumento desse comportamento na escola mostra uma vez mais uma necessidade urgente de se trabalhar com competência as emoções e a resolução de conflitos com os alunos. Se uma escola faz um trabalho constante de compreensão dos sentimentos, como eles agem e como somos capazes de exercer um controle sobre eles, certamente os alunos aprenderão como resolver conflitos de uma forma adequada sem a necessidade de usar a violência para exteriorizar os seus problemas.

Dizer que a culpa é apenas da família não resolve o problema. A escola tem que achar um caminho para trabalhar essa violência, independente de poder contar ou não com os pais de seus alunos nessa resolução.

Varuna Viotti Victoria - Diretora e pedagoga.